RETORNO

Quase que já não dizemos mais

Daquelas coisas que tocavam,

De fome, da morte de animais,

De belas palmas que ao vento balançavam.

E das pequenas coisas do dia

Como vinho e boa conversa,

Da graça de quem sorria,

Do choro e horas perversas.

E dos homens aquecendo a terra,

Só dizem pelo viés do mal,

Esperando o carnaval

Pra esquecer-se das guerras.

E as mulheres da minha rua

Já não debruçam na soleira:

Triste realidade crua

Sem a sombra da paineira.

Voltemos ao nosso tempo

Comprometidos com verdades,

Antes que a falta de solidariedade

Se multiplique aos ventos.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 13/05/2012
Código do texto: T3665635
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