Mulata Brejeira
Um grito na multidão
Vozes se misturam
Ao som de atabaques
Passos miúdos
Rastros brejeiros
É a mulata, mistura de raças
Que com seu gingado
Marca presença, na roda da vida
Vivida, sofrida
Esperança em festa
E num só remelexo
Relembra o passado
Ecoado num mundo distante
Num fato presente
De seres trazidos ao sabor do vento
De um mar imenso
De angústias, de amarguras, de suor
De mãos calejadas
De gritos sufocados
De corpos atirados no fundo do mar
São eles
Humanos discriminados
Que pagam o pecado
Da negra cor
Malanina em excesso
Herança condenada
Pelo clareamente da cutis
Senhores sem alma