POETIZAÇÃO

Durval Carvalhal




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Como é bonito o fogo
Que sobe da fogueira,
Como é lindo o visgo
Do fruto da jaqueira

II

Como é doce a noite
Que ameniza até as pedras,
Como fulguram as estrelas
Do alto céu infinito

III

Que belo colírio verde
Limpam os sujos olhos
Da mulher que mata a sede
Na roça mãe dos filhos

IV

Que negam na Terra
A força suprema,
A incômoda quimera
Daquele que teima...

V

Mas o morno Sol que desaparece
Por detrás da montanha,
Transforma-se em noturna prece
Na mente do vate que sonha

VI

Com os olhos fitos no mundo,
O coração transbordante de júbilo
Andarilhando como vagabundo
Nas margens férteis do grande Nilo

VII

Como que retornando aos primevos,
Em comovente súplica ao Criador,
No afã de desmistificar segredos
Varrendo da vida o pífio terror.



 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 04/05/2012
Reeditado em 23/03/2018
Código do texto: T3649363
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