Janela fechada

Entre meio a prédios

Modernos e vistosos

Um antigo e tímido

Se esconde

A janela dos fundos do prédio abandonado

Não tem vista pra nada

Diferente de todas as outras

Vive fechada

Nem o sol bate

Ou algum pombo lhe faz visita

De toda fachada

É a única que só vê sombra ou noite

Quando chove

Dos andares de cima

Até ela a chuva escorre

Fazendo lodo em suas bordas

Num processo natural

Parecendo magia

Brota ali um broto de samambaia

E a esperança de uma companhia

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 03/05/2012
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