Janela fechada
Entre meio a prédios
Modernos e vistosos
Um antigo e tímido
Se esconde
A janela dos fundos do prédio abandonado
Não tem vista pra nada
Diferente de todas as outras
Vive fechada
Nem o sol bate
Ou algum pombo lhe faz visita
De toda fachada
É a única que só vê sombra ou noite
Quando chove
Dos andares de cima
Até ela a chuva escorre
Fazendo lodo em suas bordas
Num processo natural
Parecendo magia
Brota ali um broto de samambaia
E a esperança de uma companhia