A URUBUZADA

O nosso cartão postal

Encontra-se à beira da estrada

Enfeitando a paisagem

Do nosso holl de chegada

São deveras graciosos

Extremamente glamurosos

Não há o que se compare

À nossa urubuzada.

Fazem pousos e decolam

Com eles não há preguiça

Estão sempre em movimento

A procura de carniça

Com o seu olhar aguçado

E o seu olfato apurado

Vem aos montes pra esta terra

Cheia de gente omissa.

Na chegada da minha vila

Por nome de Ibirajá

Aglomeram-se nas pedras

Pois nesse lugar aqui há

Uma bela cachoeira

Onde em outrora havia

As crianças com alegria

Nas pedras a escorregar.

Aqui brincavam, nadavam,

Muitos até mesmo nus

Naquelas hialitas águas

que brilhavam tal qual a luz

Que na aurora irradia

Fazendo surgir novos dias

Pra este lugar que atualmente

Está cheio de urubus.

João Gato com seus chiqueiros

Lamba dos fatos tratando

Nós com os nossos esgotos

Nosso rio vamos matando

O mau cheiro logo exala

E em uma grande escala

De tudo quanto é canto

Os urubus vão chegando.

Às vezes sinto vergonha

Por fazer parte de um povo

Que vivendo erroneamente

Causam tão grande estorvo

Pois onde há urubuzada

É por que tem coisa errada

E esse monte de imundice

Só faz nos trazer transtornos.

É uma cena deplorável

Ver tanto bater de asas

Desses seres agourentos

Pousando encima das casas

Rasgando sacos de lixo

Brigando por causa disso

Correndo no meio das ruas

Pousados na caixa da EMBASA.

Ah quem dera se um dia

O povo se conscientizasse

Higienizasse essas ruas

E a sujeira terminasse

João, Lamba e outros tantos

Organizassem seus cantos

Pra que essa horrenda cena

D’uma vez por toda acabasse.

Creio que virá o dia

Que tudo vai se ajeitar

As coisas serão bem feitas

Sem ninguém determinar

Bicho viverá com bicho

Lixo ficará no lixo

Gente estará com gente

Cada qual no seu lugar.

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 25/04/2012
Reeditado em 20/05/2018
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