A seca tá brava virada na moléstia!
Todo canto que se vá...
Toda vereda que se ande...
Leva sempre pra dor da poeira... Do pó.

E o povo com lata na cabeça e vazia.
É o povo que só sente o gosto salobro do suor...
Ô sol quente meu Deus! Eu lamento!!!

Meu lindo sertão... Fica só tristeza quando o céu teima não chover.
Chore céu... Derrame teu pranto sobre os filhos teus!
Que nós de cá não desapontaremos.
Não faremos a água voltar pra tuas alturas,
Sem antes fecundar a terra.


Até o Umbuzeiro, que não é de reclamar, vive numa secura de dá dó!
Cadê o cheiro da Umburana?
Cadê o Alecrim do Vaqueiro?
E a beleza da Jurema, quedê?

Só não deixe de brotar a flor do meu Mandacaru!
É nosso vigor... Nossa esperança e formosura!
 
Pois, daqui não arredo o meu pé!
 



Foto: Elson de Oliveira
Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 24/04/2012
Reeditado em 25/04/2012
Código do texto: T3631503
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