Com licença!
Quero aqui me apresentar.
Tantas Marias!
Sou mais uma das Marias
Que nasceu lá na Caatinga
Me chamo Maria de Fátima
Por promessa da Mamãe
Que com a Santa se apegou
Para proteger meu parto
Eu nasci no mês de março
No ano da ditadura
Quando o força militar
Tomou conta do País
Inda bem que nasci pobre
Escondida entre Serras
Pois talvez não estivesse
Contando aqui minha história
Demorei ir a escola
Mas antes ler aprendi
Minha história é só de lutas
A poucos ela interessa
Pois ninguém quer escutar
Poesia de poetisa
Que fala de um bioma
Tão pouco valorizado
Que quase é esquecido...
E além de esquecido!
É muito discriminado...
Poetisa como sou
Que não sabe o que poesia
Eu sou ela e ela é eu
Juntas Somos as Caatingas
E por ter dom natural
Bem como também cultural
Só escrevo sentimentos
Vividos por mim e os outros...
Dos muitos lugares vividos !
Na vida vivi cantando!
Todo tipo de canção...
Que vinha me ordenar
Para meu povo eu cantar
E me sentindo agraciada
Como Serva obedecia!
Antes de me apropriar
Da leitura e da escrita
Eu cantava poesia
Toda hora e todo dia
Mas disso eu não sabia
Apenas meu ser percebia
Que para tudo eu cantava
E com a lua eu falava!
Como se ela me escutasse
Mas quando cheguei na escola
E também na faculdade
Em nenhum desses lugares
Eu podia mais cantar
Então calei o meu canto
E fui navegar noutro mundo
Que a mim não pertencia...
Nem tão pouco eu gostava!
Porém, precisava ali ficar...
Sentia falta de tudo!
Que no meu mundo deixei
Porque lá na nossa Caatinga
Não tinha competição
E Tudo a gente cantava
Sem precisar ganhar nada
E lá a gente cantava...
A seca que assolava
O inverno que chegava
As flores por todos os lados
O riacho que cantava
O trabalho em mutirão
Os noivos que se casavam
As promessas ALCANÇADAS
As crianças que nasciam
E também as que morriam
Pra serem anjos no céu...
Nisso nós acreditávamos!!!
E Sou uma dessas Marias!
***
Fátima Alves/ Poetisa da Caatinga Natal, 21.04.2012 Obs: Esse poema foi criado agora e escrito para você , Professora Lidyanne do IFRN
Texto publicado no meu livro "Letras de Caatingueira"
Quero aqui me apresentar.
Tantas Marias!
Sou mais uma das Marias
Que nasceu lá na Caatinga
Me chamo Maria de Fátima
Por promessa da Mamãe
Que com a Santa se apegou
Para proteger meu parto
Eu nasci no mês de março
No ano da ditadura
Quando o força militar
Tomou conta do País
Inda bem que nasci pobre
Escondida entre Serras
Pois talvez não estivesse
Contando aqui minha história
Demorei ir a escola
Mas antes ler aprendi
Minha história é só de lutas
A poucos ela interessa
Pois ninguém quer escutar
Poesia de poetisa
Que fala de um bioma
Tão pouco valorizado
Que quase é esquecido...
E além de esquecido!
É muito discriminado...
Poetisa como sou
Que não sabe o que poesia
Eu sou ela e ela é eu
Juntas Somos as Caatingas
E por ter dom natural
Bem como também cultural
Só escrevo sentimentos
Vividos por mim e os outros...
Dos muitos lugares vividos !
Na vida vivi cantando!
Todo tipo de canção...
Que vinha me ordenar
Para meu povo eu cantar
E me sentindo agraciada
Como Serva obedecia!
Antes de me apropriar
Da leitura e da escrita
Eu cantava poesia
Toda hora e todo dia
Mas disso eu não sabia
Apenas meu ser percebia
Que para tudo eu cantava
E com a lua eu falava!
Como se ela me escutasse
Mas quando cheguei na escola
E também na faculdade
Em nenhum desses lugares
Eu podia mais cantar
Então calei o meu canto
E fui navegar noutro mundo
Que a mim não pertencia...
Nem tão pouco eu gostava!
Porém, precisava ali ficar...
Sentia falta de tudo!
Que no meu mundo deixei
Porque lá na nossa Caatinga
Não tinha competição
E Tudo a gente cantava
Sem precisar ganhar nada
E lá a gente cantava...
A seca que assolava
O inverno que chegava
As flores por todos os lados
O riacho que cantava
O trabalho em mutirão
Os noivos que se casavam
As promessas ALCANÇADAS
As crianças que nasciam
E também as que morriam
Pra serem anjos no céu...
Nisso nós acreditávamos!!!
E Sou uma dessas Marias!
***
Fátima Alves/ Poetisa da Caatinga Natal, 21.04.2012 Obs: Esse poema foi criado agora e escrito para você , Professora Lidyanne do IFRN
Texto publicado no meu livro "Letras de Caatingueira"