Vaidade
Enquanto os magistrados retardam os julgamentos,
tornando embaraçoso simples casos corruptos.
Enquanto a educação do país rasteja,
em mirabolantes formas pedagógicas de ensino.
Enquanto a saúde pública definha nos corredores,
por incapacidade de gestores.
Enquanto a agricultura esforça-se a fazer milagres,
conseguindo recordes de safras.
Enquanto a indústria é esmagada e falida,
pelas quinquilharias asiáticas.
Enquanto o impostômetro anda à velocidade da luz,
e o governo comemora com alardes.
Enquanto o comércio exerce sua nobre função,
vendendo, vendendo e vendendo.
O povo sempre inocente e ingénuo comemora e,
compra, compra, compra,
consome,consome e consome...
Depreda, polui e aniquila.
Tudo do bom e do melhor.
Sempre o último lançamento, o ultimo modelo.
As vias engarrafadas, os lixões lotados
Os rios acabados, os recursos terminados
Geme a natureza, chora a terra.
Desequilíbrios, catástrofes, mortes.
Consumismo, apenas vaidade de homens!
Vaidade de vaidades (*)
(*)Eclesiastes cap.2