Vaidade

Enquanto os magistrados retardam os julgamentos,

tornando embaraçoso simples casos corruptos.

Enquanto a educação do país rasteja,

em mirabolantes formas pedagógicas de ensino.

Enquanto a saúde pública definha nos corredores,

por incapacidade de gestores.

Enquanto a agricultura esforça-se a fazer milagres,

conseguindo recordes de safras.

Enquanto a indústria é esmagada e falida,

pelas quinquilharias asiáticas.

Enquanto o impostômetro anda à velocidade da luz,

e o governo comemora com alardes.

Enquanto o comércio exerce sua nobre função,

vendendo, vendendo e vendendo.

O povo sempre inocente e ingénuo comemora e,

compra, compra, compra,

consome,consome e consome...

Depreda, polui e aniquila.

Tudo do bom e do melhor.

Sempre o último lançamento, o ultimo modelo.

As vias engarrafadas, os lixões lotados

Os rios acabados, os recursos terminados

Geme a natureza, chora a terra.

Desequilíbrios, catástrofes, mortes.

Consumismo, apenas vaidade de homens!

Vaidade de vaidades (*)

(*)Eclesiastes cap.2

Jairo Bazilio
Enviado por Jairo Bazilio em 16/04/2012
Código do texto: T3615735