Egópolis
Vês a formiga?
Vês o seu formigueiro?
O que realmente os motiva?
Qual o mistério que existe por dentro?
Nós, também formigas, vivemos no humano formigueiro.
Andando, de lá para cá, quase o dia inteiro,
Por pouco ou nenhum motivo sério, na busca incessante do vil dinheiro.
Mas elas, as formigas, para nós seres tão ligeiros,
Parecem bem mais felizes que nós
Na busca do seu verdadeiro intento:
Alimentar as outras formigas;
Numa solidariedade verdadeira, quase sem vãos interesses.
Porém, nós, formigas-humanas, vivendo no nosso entrevero,
Vivemos, insaciáveis, sempre um pouco mais querendo;
Sem dó e nem pena, nem mesmo dos mais frágeis pequenos.
Egoístas, interesseiros, cruéis, agimos assim como baderneiros.
Lixando-se para a harmonia do bem-estar verdadeiro.
Formigas vivem em eusocialidade, parece um jeito certeiro,
Já nós vivemos da egosocialidade, involuídos, sempre briguentos.
Quem é mais evoluído no bem que se faz para os irmãos-companheiros?
O inseto que vive em comunhão ou nós com os nossos olhares nunca satisfeitos?