'' Da Escravidão ao Voto Cidadão

Peça Teatral

Da Escravidão Ao Voto Cidadão

Autoria: Rubens de Souza Fernandes

“Poeta Ru ’’

1° Ato

“Capoeira Na Senzala”

I

Criolo Lê!L!LÊ!

Criolá Lá!Lá! Lá!

II Criolo Lê! Lê!Lê Gingadeiro Como Quê! Criolà Lá! Lá! Lá!

Mamolência No Ginga´!

III

Batuque No Pé!

Defesa Na Mão!

Levanta Poeira Do Chão

IV

Ataque Nó Pé!

Batendo Na Mão!

Capoeira Nascendo Do Chão

V

Eu Passei A Vida Inteira

Indo Da Senzala á Capoeira

Cansado De Sofrer

Aprendi A Capoeira

Pra Poder Me Defender

VI

Capoeira Vou Jogar !

Tiro Faca De Ponta De Você

Mestre Ginga Vigilante!

Agora Que Eu Quero Ver!

Criolo Lê! Lê! Lê!

Criolà Là! Là!Là

2° Ato

“Guerreiro Maculele”

Meu Boa Noite!

Pra Quem E´ De Boa Noite!

Meu Bom Dia!

Pra Quem E´ De Bom Dia.

Com Tua Benção!

Minha Baba´ a Benção!

Chegou O Maculele

Rei Da Valentia

Eu Venho De Longe

Para Lutar Com Alguém

Venho Buscar A Minha Rosa!

Plantar Uma Roseira Também

Querem Saber

O Meu Nome

Sou Guerreiro Maculele

Não Conheço Um Só Homem

Que Não consiga vencer!

Maculelê! Não Mate O Homem

Ele Meu Compadre

Não Me Mate O Homem

3°Ato Funeral

Negro Nagô Quando Morre

Vai Pra Tumba Do Cativeiro

Tem Gurufin No Terreiro

Pro Urubu Não Vim Come

Axé! Axé! Orixalá!

Este Negro Não é De Cantare

Oxé! Oxè! OBATALA!

Negro Merece e Quer Viver

Eu Disse Camarada

Que Eu Vinha

Em Sua Aldeia Camarada

Um Dia

Lutei! Cheguei!

Matar Até!

A Minha Rosa

Vou levar comigo

Mas Devolvo A Vida

Ao Teu Amigo

A Todos Deixo a Paz

E Muito Axé

4° Ato

“Da Escravidão Ao Cidadão”

“Declamando pelo Poeta Ru”

Ao Toque De Angola No Birimbau

Tumbeiros! e/ou Navios Negreiros!

Pela raça branca assim batizados,

Pra raça negra suprema dor! desterro,

Coração do branco,só cobiça! Dinheiro!

A bela Princesa Negra!

No meio do roseiral!,

Homem branco de tocaia,

De repente,bote final!.

A nobre jovem esperava,

Pelo Príncipe enamorado,

Um segundo, como fera acorrentada,

Ao lado do seu ser amado.

Ao mesmo tempo do outro lado,

Do rico Continente Africano,

Um jovem guerreiro andando,

Ao longo sua esposa amamentando.

Eis ali cena difícil de se acreditar!,

Sua alma inflamada de Guerreiro,

Viu a filhinha jogada sem pesas,

No chão duro do próprio terreiro.

Não parava de gritar!,

A sua, doce bem amada!

Pelo homem branco levada,

Em Sinistra empreitada.

De lance em punho voava,

Querendo matar ou morrer!,

Seu valente coração guerreiro,

Acelerado forte mente a bater.

Quando viu- se Ardilosamente,

Em Emboscada repentinamente,

Rolando indefeso no chão,

Mais Vitimas!!!, mercadeja dores, Escravidão!.

Muitos plebeus e gente nobre,

Capturados de todos os lados,

Negros Bantos e Sudaneses,

Remavam Negreiros lado a lado.

Enquanto Negros nos porões remavam,

Sobre chibatadas e carnificinas!!!,

Imundos! homens brancos em cima,

As mulheres dos Negros violentavam.

O saldo nefando da Escravidão é Dantesco!!!,

Matando muito mais de dezenas de milhões,

Há uma Divida Histórica sem preço,

Contraída com Xangó! nos porões

O pior que tudo isso era só o começo,

Negros nos mercados Euro/Americanos,

Subiam vertiginosamente de preço,

Aguçando mercadeja dores cada vez mais desumanos.

Houve Negro desavisado e vilão,

Corrompidos pela sordidez dos mercadeja dores,

Exacerbava ainda mais Lancinantes dores,

Trocando por dinheiro o próprio irmão

Mercadeja dores somente visando,

Sempre Lucrar cada vez mais,

Separavam a todo o momento,

Os filhos de seus próprios pais.

A Esposa separada do Esposo Guerreiro

A Princesa do seu amado Príncipe,

Se quer souberam quais são os seus paradeiro,

Conseqüência de toda sorte de acinte.

A titulo de ganhar mais dinheiro,

Populavam singrando pelos mares,

Tumbeiros e/ou Navio Negreiros,

Cancros maiores de todos os mares!.

Povoaram á America do Norte,

Em cima de milhões de mortes,

Igualmente no Continente sul-americano,

Quando aqui chegou o valente povo Africano!.

A Raça Negra no Brasil também fundou,

Antigas e poderosas civilizações,

Sua força cultural entre nós perpetuou,

A estirpe dos nossos fraternos corações!

Em qualquer parte do mundo,

Que o Negro foi obrigado a trabalhar,

O irmão branco sempre tirando!,

Com ele aprendeu à amar!.

Não faltaram Zumbis dos Palmares,

Exemplos heróicos de valentia ,

Nem Josés dos Patrocínios contras os males,

Aos deserdados da sorte Lei como garantia.

E as Mulheres Negras pelas grandezas,

De mães de leites entre outros dotes!!!

Preferindo mil vezes entrega-se a morte ,

A ceder ao branco corrompido de torpezas.

O Negro é lindo esteticamente falando,

Sua cultura milenar é dotada de Genialidade,

É vitima histórica das vilezas e crueldades,

É fonte de amor eternamente jorrando!!!

Ò!!! Advogado Astucioso Rui Barbosa queimou,

Os Arquivos Genótipos de Nossos Ancestrais,

Mas a Força do Voto!!! Na Urna o Negro ganhou!

Hoje somos a união de cidadãos marginais nunca mais.

5° Ato

Encerramento

Axé! Axé! Capoeira

Patrimônio Nacional

Poeta Ru
Enviado por Poeta Ru em 16/04/2012
Código do texto: T3615085
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.