Delirium tremens
“All black…
All black in your life”
Modernismo pueril
Objeto cortante
Contra luz, contos de fada,
Tristeza elegante,
Um sorriso bonito
No rosto de uma pessoa distante.
Somos conduzidos por um sistema ignorante
Subterfúgio de uma elite dominante
Somos condicionados, todo o tempo, por falsos retratos
Pensamentos elaborados distorcem a realidade
Criando sub-realidades veladas
No mundo atual preenchido por dor e agonia,
Não existe espaço para uma bela poesia.
Delirium tremens
Delirium tremens
O diário de campo de um ator social
Transforma-se, às vezes, em noticia no jornal
Estamos sozinhos, cara a cara, com o inimigo
O chapéu cheio de moedas
Restos, sobras, cinzas,
A teoria estabelece estatística para o sofrimento.
João agora está sem personalidade
João agora é apenas um número
João tem medo e fome.
Na miséria alheia não há como inserir dignidade
O tecido social parece ter sofrido gangrena
Cada célula, que deveria formar um todo organizado,
Adoeceu, sucumbiu, agonizou e morreu.