Desconstrução
Eu escrevo para me libertar
Escrevo versos e poesias
Há tantos por aí
Vivendo ainda primitivos
Antropólogos dizem:
“Veja a beleza da favela!”
Esse romantismo perigoso
Tortura crianças diariamente
Liberte seu inconsciente
Mesmo que seja lentamente
Solte suas amarras
E que os nós sociais
Sejam apenas pequenos problemas
Em face de um universo autoconsciente
Nós radicalizamos tanto
Acreditamos mesmo em Nietzsche
Hitler também o contemplou
E foi quando a razão entrou em crise
Ou foi a crise da razão
Quando deixamos de ser humanos
Quando o amor partiu e nos deixou
Ou nós deixamos o amor se ir
Rastejando pelas ruas
Da nossa história, fantasia
Ficamos esperando a chuva prometida
Enquanto isso,
O mundo se modificou
E um certo Marx até tentou
Nos alertar do que viria
Mas comovente foi
A teimosia dessa gente
Em insistir com idéias vazias
Tirando “sempre” dos “mais pobres”
E dando “sempre” aos “mais ricos”
Essa lógica por si só não se justifica
Apenas para as pessoas
Que sofrem de alguma patologia.