BATALHA

Cadê minha luta armada?

Ora! Pois que nada chega

Aos olhos esbugalhados na manhã.

Chega o tilintar aos tímpanos

Enfurecidos e preguiçosamente

Atentos.

Qual brasão cobre a minha pele?

Ressecada... Em escamas latejantes,

Cai o suor frio. O orvalho

Da manhã calada e aberta.

A menina chora e abraça

A boneca gelada e nua.

Os passos lentos conduzem

Ao fim da rua tristonha.

O cachorro lambe o meu passar

Com os seus olhos de vidro,

Tão carentes, como que pedindo

Um afago.

Levo nas mãos adormecidas

Um remorso de saudade

E um abrigo de tempo

Que faça com que o dia passe logo.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 27/01/2007
Código do texto: T360610