Vitrines Humanas

Um relâmpago assaltou a noite de trevas

Deixando-a desnuda da escuridão que amedronta,

Trovões fizeram balouçar as estrelas sem conta

E as nuvens desabaram sobre tufões de ervas.

Tempestade sinistra varreu o verdor da madrugada

E lamparinas piscaram delatando a indecência,

Cobertores rugiram soçobrando as consciências

Que se desviaram de suas retas por escandalosas estradas.

Perigos que a iniquidade em vendavais se alevanta

Proporcionando a infelicidade de famílias tantas

Que o amor se camufla de vergonha e constrangimento...

Na chuva fina em que se arquiteta o alvorecer,

O arrebol cirurgia as vitrinas humanas com novo prazer

Dilatando as emergências que buscam renovar os sentimentos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/04/2012
Código do texto: T3603776
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