Gira mundo

Volta mundo,

vira e revolta

Roda, gira, tomba e solta...

Vão homens sem rumo

Vão crianças andando

E vão também

mulheres que sempre soltam

gritos de dor...

E rangem os dentes todos

sem querer retornar à vida,

de reviravoltas.

O mundo vira, vira e volta

já está passando,

já há retardatários

Estes aí,

A marcha dos lentos,

dos perdidos,

dos desalentos,

dos sem rosto,

dos sem posto.

Os que olham só pro chão.

Este chão que não acaba,

não dá em lugar nenhum...

Passos curtos,

muita fome,

privação,

alguns furtos...

Multidão de cara branca,

Vaga a marcha dos desesperados,

rumo ao inferno da vida,

infinito.

O mundo Roda, giramundo...

Mais na frente,

gente ligeira,

de canseira passageira,

gente que anda sem cansar.

Gente que roe as milhas num segundo

num carro que corre rios

de dinheiro,

que lá atrás,

nunca ninguém verá.

Um carro velho do ano dez mil...

Gente que dá voltas

muito mais,

que todo o mundo,

mas já estão zonzos...

Roda, gira, ciranda cirandinha

Volta e meia, meia volta,

meio mundo,

Criancinha que anda de carro,

que anda á pé,

que vai no colo do pai,

Criancinha que vai

com venda nos olhos....

Ninguém se perde,

Nunca,

pois o caminho,

é bem pertinho,

é sempre igual.

Roda, volta, gira

Tomba no abismo profundo,

E só não vira,

Quem não está no mundo.

Dianaluz
Enviado por Dianaluz em 27/01/2007
Código do texto: T360115
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