REINO DAS METÁFORAS
(para o Cláudio Pinto de Sá)
E o louco espírito bate à porta:
– Amado cronista,
tens a dureza dos pesadelos,
não repartes o reino das metáforas!
E são neurônios
aqueles que movem as peças?
– Bem sei, o escritor é mais
do que uma ágil pluma!
Palavra é a alma volátil
dos signos
urdidos sob o lenço,
clausuras
na menina dos olhos.
– O que quer de mim o papel,
se já registrou a oclusão,
a impotência
de mudar o mundo?
Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 49.