CASAL NOBRE
Durval Carvalhal
Durval Carvalhal
Meu voto!
A quem o dou?
Não sei!
Estou tão vacilante...
Há tantos pretendentes!...
II
Ah! Já sei!
Dá-lo-ei à liberdade.
Oh! Mas ela exilou.
Vive tão longe
E não retornou.
III
Poxa!
Como tortura ter e não ter.
Tenho-a e não a tenho.
Quero vivê-la e não posso,
Justamente porque não existe.
IV
Oh, Deus!
Iluminai do alto
Vossa própria criação:
A liberdade do voto e
O voto da liberdade,
V
Que agora
Vivem tão distantes,
Tão indiferentes,
Quando já foram
Tão coesos e felizes.
VI
E como sofro por vocês!
Tão belo casal.
Pifiamente divorciado:
Voto sem liberdade e
Liberdade sem voto...
VII
Oh, Terra!
Palco das contradições,
Espaço das antíteses e
Mãe das angústias,
Por que não espremes
Do teu vasto seio
O acre leite da maldade,
Que medra e corrompe,
Até mesmo,
As nobres consciências?...
A quem o dou?
Não sei!
Estou tão vacilante...
Há tantos pretendentes!...
II
Ah! Já sei!
Dá-lo-ei à liberdade.
Oh! Mas ela exilou.
Vive tão longe
E não retornou.
III
Poxa!
Como tortura ter e não ter.
Tenho-a e não a tenho.
Quero vivê-la e não posso,
Justamente porque não existe.
IV
Oh, Deus!
Iluminai do alto
Vossa própria criação:
A liberdade do voto e
O voto da liberdade,
V
Que agora
Vivem tão distantes,
Tão indiferentes,
Quando já foram
Tão coesos e felizes.
VI
E como sofro por vocês!
Tão belo casal.
Pifiamente divorciado:
Voto sem liberdade e
Liberdade sem voto...
VII
Oh, Terra!
Palco das contradições,
Espaço das antíteses e
Mãe das angústias,
Por que não espremes
Do teu vasto seio
O acre leite da maldade,
Que medra e corrompe,
Até mesmo,
As nobres consciências?...
CARVALHAL, Durval. SIMBIOSE, Poesia & Prosa. Salvador, Gráfica Trio Ltda, 1977.