Bobina magnética

O carrinho de trilhos,

Carreteiro, carretel,

Fumegando sobre ladrilhos

Óleo quente e pastel,

É a arte da semana

Urbana, soberana,

Andando pelos pontos,

Motor, diesel, cobrador,

Dentre suturas e pontos,

Ressonâncias da alma

Despistam a cor e a dor,

E o fardo pesado da calma,

O milho, a pamonha, o trigo,

O pão nosso de cada dia,

Nesse caldeirão “mui amigo”,

Encenam uma melodia,

Vitrola e laser aos abraços

E meu ponteiro, faceiro,

Numa roda-gigante de aço

A rir, ébrio, de meu travesseiro...

Fora, encanamento e fio

Conversam, um no chão, um nos ares,

Tão loquazes, em poste, em rio,

Fogem dos mesmos lugares,

Água ao café redemoinho

Que inspira rosa-dos-ventos

Em tratores fluviais e marinhos...

Ao leite (leito?) dos atentos

Nutrir, manteiga e queijo,

Massa, junta, bloqueia,

Canos, vasos... dedo sujo

Às limpezas da língua... a veia

Bombeia, pulsa, incendeia,

Como o canto torto do marujo

Rumando a proa à liberdade,

Saudades daquela cidade...

Niedson José, 29/02/2012

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 31/03/2012
Código do texto: T3587369
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