BUTECOPOESIA ...

Primeiro veio a idéia, imagem

Seguido o sabor pela memória

A sensação de relaxamento

A hora alegre da sexta-feira

Ao longe o templo é avistado

Território sagrado de costumes

Espaço de diálogo no séc. XXI

Primeira copa de nossos casas

Da cozinha a música toca o olfato

A memória acredita ouvir o sabor

Nas mãos do garçom a visão

Da desculpa de estar por ali

O ambiente toca o tato do coração

Por sobre a mesa o “Madureira”

Deposita a moreninha geada

Um estopim sonoro se avista

E por sobre o americano cristal

Deita-se a bela loira gelada

E o ti-li-lim de mãos que se erguem

Num ritual à amizade e alegria

Um tok-zinho na boca da garrafa

Numa crença de nunca secar

O primeiro gostoso e ansioso

Gole a molhar a língua e a garganta

Faz o lúpulo amargo doce ficar

E um sonoro “aaaa” sobe da garganta

Numa expressão de humana satisfação

Petiscar é outra pedida nos bares da vida

Embalado pela sempre nobre companhia

De uma ou várias pessoas queridas

E o bar que dantes era templo e sinônimo

De hábitos, pessoas e coisas a evitar

Resignificou-se em desculpa para conviver

Os males esquecer, a vida celebrar

Com amigos congratular, comungar, desabafar

Embora contestadores possa eu encontrar

Vejo um lado positivo de no bar ir passear

Pois aos olhos atentos de um poeta

O aparente trivial da “buteconomia”

Faz de cada detalhe uma bela poesia.

Gleisson Melo
Enviado por Gleisson Melo em 28/03/2012
Código do texto: T3581765
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