Gente menos gente

Gente menos gente

Pequenas pernas já tão espertas,

Artistas na sobrevivência,

Acostumados à invisibilidade.

Olhos vislumbram apenas o presente...

Futuro? Nunca viram nada diferente!

Ao mundo, virão seus descendentes...

O ciclo se repete.

A sociedade cobra solução, com educação,

Hipocrisia, bondade vazia.

Demagogia descarada ao ter pena do menino carente!

Se estiver dormindo ao relento...

Mas se erra ao praticar sua lição...

Quer julgá-lo como adulto,

Tatuá-lo de bandido, na prisão.

Da sociedade banido.

Pobre coitado, não teve escolha...

A maioria também não.

Mas é mais confortável virar o rosto,

Não reconhecê-lo como gente.

Displicentemente consciência distraída...

Faz menos grave outras feridas.

Gizelle Amorim

Gi Amor
Enviado por Gi Amor em 24/03/2012
Reeditado em 12/07/2012
Código do texto: T3572702
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