Não minta
Expressar a raiva que me toma agora
É desperdiçar papel e tempo
Então me tomo de mim e da ira
E vou buscar sonhos de conquistas
Indo em busca dos covardes para vencê-los,
Procurando inúteis demagogos para puni-los.
Procurar vis homicidas para banhá-los
No próprio sangue e fazê-los sentir
A dor da perda que tanto já fizeram sentir.
Expressar a raiva como se fosse vingança
É desperdiçar o pensamento
Mas buscaria, de bom grado, os ratos,
Os vermes burgueses que fabricam a fome,
E os enforcaria nas próprias gravatas de seda,
Ou nos cadarços dos sapatos
Comprados pelo preço do sangue
Que tantos derramam sem poder lutar.
Buscaria os colarinhos brancos
Que desfilam suas limousines douradas
Fumando charutos cubanos
E os faria vomitar suas vísceras podres.
Não é raiva nem vingança, apenas um sonho
Um sonho de conquista, de prazer,
Talvez me chamem de violento, insensível
Mas qual a diferença entre mim e você?
É que você não diz o que quer fazer
Talvez por medo de você mesmo
Ou ainda por medo do que diriam,
Mas na verdade você quer o mesmo...
Não minta!
José João da Cruz Filho
jjcruzfilho.blogspot.com.br