Mais um iludido vagabundo

Deito em um banco, admiro a enorme lua cheia.

Passo a sonhar acordado, encantado.

Nada tenho, mas posso querer o luar a me banhar, nesta noite.

E, de repente, me levanto e me ponho a dançar.

Passos desordenados, um divertido bailado.

Ouvindo uma música natural, com os pés no gramado.

Sozinho, abandonado, sem dono, sem par... mas com certa alforia.

A noite virá mais fria, mas não irei lamentar...

Continuarei a poesia, que escreverei no ar, feito giz a riscar.

O dedo a desenhar a magia da inspiração, talvez uma composição possa se tornar uma bela canção, quem sabe a registrar loucuras de um perdido... lunático no parque, naquela noite?

Noite de lua cheia contagia de amor as veias, fazendo pulsar,

O querer além do que se tem, bem além, em lindos sonhos irreais.

Rola minha garrafa vazia pela grama, enquanto ela me chama, me abraça, me ama, em devaneios...

Anestesiado pela dor, sem amor, fecho os olhos e esqueço tudo; roda o mundo, eu, imundo, no submundo dos pedintes, carentes, mergulho no poço sem fundo; sou mais um iludido vagabundo.

Danusalmeida
Enviado por Danusalmeida em 17/03/2012
Código do texto: T3558993
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