Diário de um soldado
Sou um Homem de frente na linha de batalha inimiga
Farejador antimorte...
executor antivida!
Quem sou?
Não sou mais humano!
(Sou o sorriso do diabo... que mudara meus planos...)
Ao invés de matar,
pensei em morrer em uma manhã de areia...
Ao invés de morrer,
sou dez vezes maldito...
Salvei dez vidas por duas...
Serei condecorado com lembranças eternas, de corpos quentes,
dilacerados nas ruas!
Quem sou?
Inimigo e amigo?
Pedindo agora pra Deus
(vendo um diabo sorrindo?)
Quem sou Eu,
recebendo o abraço mais fraterno
de um anjo caído em corpo fardado?
Quem sou Eu,
que deu o segundo tiro...
pedido único dos olhos
vencidos do (suposto) inimigo esmagado?
Sou o soldado executor do “civil” inocente
“Crucificado, morto e sepultado”...
(“desci na mansão dos mortos”)
(Deus me perdoe!)
(Agora todos os dias lembro da minha mãe!)
(...ela não saberá quem sou!)
e quem será contra ou a favor?
Diga-me quem é você?
que como eu... está ai (camuflado...)
Promete para o filho e a esposa
em um momento de golpe ermo,
ganhar muitos dólares em diárias e mudar de vida,
trabalhando para a pátria e para o governo!
Os meus olhos são de areia...
Meu corpo aposto fraqueja...
O sangue gela nas veias!
Sinto náusea, câimbras e dor!
(as mãos tremem...)
Mas a ausência do medo é ânimo e
o gatilho, um destino corruptor (ou sedutor)!
Sou um Homem de frente na linha de batalha inimiga
(quem não é não saberá a dor...)
Estou aprendendo a ler
(no sorriso do diabo branco e na mão carcomida do seu anjo ditador...)
Pelotão: sentido!
(Choro porque não sabia o que seria esta guerra...)
Sou um soldado na linha de batalha pela vida!
Estou em um caminho sem voltas...
Fui designado...
Farejador antimorte...
e executor antivida!
RLisboa® RG-DF