LADRÃO DE PALAVRAS...

No exato momento da palavra final...

Da palavra contida na ponta da língua

Surge uma voz fria e contudente ressoando no ar

Espasmo de silêncio. Flecha atirada ao vento 

Completando por si aquele instante sagrado

Roubando a palavra final do discurso narrado

Sem distinção de categorias, mas, desfecho fatal

E o orador amargurado, ovacionado de meia banda

Senta-se e levanta-se num "frenesi" constante

Olhando para o meliante de palavras, expressa-se num olhar

O grito aflito e raivoso de descontentamento explode

Feito criança desprovida, sumariamente, de seu consolo

Prepara-se para o abandono da Arena! Nesta ganhou o touro...

Enquanto o senhor do ato final, estufa o peito triunfal

Como se nada houvesse acontecido, sob os olhares da platéia

Comparssivamente inebriada com a cena ora praticada...

Agradece o aproveitador rumo a uma nova jornada

Que possa trazer-lhe, novamente, o brilho da oratória invadida

Religiosamente quebrando o silêncio ousado e compassivo

Amealhando consigo os loiros daquela manifestação

Sem preocupar-se com a extensão do dilema

Nem tampouco nenhum compromisso com a razão...

Sequer com a verdade objetiva. A vaidade em primeiro plano

Sem licença permitida da deliberação verborréica

Simplesmente o arremate faz, conforme sua estratégia

Aproveitando-se talvez, de um movimento da respiração

Inspirado na Inspiração respiratória do autor da narração

Pensando, às vezes, em ter contribuído utilmente

Com pedaços fatais de linguagem esparadrápica

Copiada e colada na vida ousada de "Gangster da palavra"

Escondendo no fundo o justo merecimento

Tirando do pensamento alheio aquilo que a língua não expressou

"  A Palavra "...... matéria prima da Poesia e do Amor












Paullo Carneiro
Enviado por Paullo Carneiro em 11/03/2012
Reeditado em 28/10/2012
Código do texto: T3548305
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