::: LÁGRIMA SOLITÁRIA :::
Dentro das minhas composições mais complicadas
Transcendo uma linha tênue entre todas as utopias
E durmo no afetuoso leito em que quimeras nascem!
Já refuto todas as vozes gritantes da alvorada
Que rasgam peles e ossos em penosa agonia
Das dores em que homens morrem, mas não esquecem!
Não quero o enfado nem o fardo de uma vil existência
E nem me tornar um “incriado” bestial de minhas dores,
Quando louvo ser o criado dos meus alentos e amores.
Junta na medida uma dose inquestionável de fé
As proporções dos calos que vêem nos meus pés
De quem anda continuamente na busca de sua excelência.
Quero na imensidão desértica deste globo caótico
Compor paz no leito da injustiça e no manto vital
Que a destreza e malícia humana perverteu o ser!
Quero ser o que poucos são neste mundo fóbico
Quero uma dose extasiada de bondade neste mal
Que um dia me motivou a querer mais do que viver.
Diluído o verso das minhas entranhas,
Pestanejo na busca de entender empiricamente o que anseio,
E, sendo não ou mais, mas vivendo sou menos
E no subterfúgio de tudo,
Foi no nada que encontrei minhas repostas...
Na minha dose frenética de loucura eu abasteço minha ousadia!
Chamar-me-ão de louco quando conjuro palavras desconexas,
Ou darão uma categoria literária, mas nada disso, digo eu,
Vale a composição mínima da existência plena!
Não chame de poesia um punhado de letras,
Mas chame de encanto poético um punhado de sentimentos,
Chame de poesia a minha lágrima solitária diante dos homens... Maus.