PRECONCEITO

Não sei por que tantos preconceitos

De raças

De posições

De dores

De direitos,

E, até mesmo de tamanho.

Por que há tudo isso?

Os homens são demônios.

Nós tivemos o mesmo principio.

Todos nós fecundamos de um esperma

Em confluência com óvulos.

Nós somos filhos do mesmo Pai.

Provimos da terra e a terra retornaremos.

Por que tantos preconceitos

Se um dia faleceremos?

Se ao invés dos preconceitos,

Lembrássemos o que somos;

Deveríamos lotar o peito

E gritar;

Bradar sem fazer meandros:

- Eu sou digerível, não posso ter preconceitos!

Eu serei espectro!

Serei lama;

Não tenho esse direito!

Bem forte bradar ainda:

- Preconceito, vai embora;

Não me dá tanta fama!

De colarinho e gravata, que me adianta?

Um dia serei lama...

Lama, somente lama!

E não tendo prenúncio,

Serei impelido por algoz que não conheço;

Com o pretexto de que alguém exigindo minha presença

Chamando-me, recama!

Dia esse que não sou digno de saber quando;

E, todos me hão, de renunciar:

Minha celebridade,

Meu dinheiro,

Os que a mim tinham amizade...

Tu, preconceito...

Tu serás o primeiro!

E, sob a lousa por companheiros

Terei os vermes, meus aniquiladores,

E, como batalhões de guerra,

Surdindo milhões e milhões,

São os devoradores.

Meu corpo transformado em campo de batalha

Todos são competidores,

Não tendo nenhuma falha,

Nós somos os vencidos

Eles preconceitos,

Eles, é que são os vencedores!...

Zé Salvador
Enviado por Zé Salvador em 20/01/2007
Código do texto: T352950
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