PRECONCEITO
Não sei por que tantos preconceitos
De raças
De posições
De dores
De direitos,
E, até mesmo de tamanho.
Por que há tudo isso?
Os homens são demônios.
Nós tivemos o mesmo principio.
Todos nós fecundamos de um esperma
Em confluência com óvulos.
Nós somos filhos do mesmo Pai.
Provimos da terra e a terra retornaremos.
Por que tantos preconceitos
Se um dia faleceremos?
Se ao invés dos preconceitos,
Lembrássemos o que somos;
Deveríamos lotar o peito
E gritar;
Bradar sem fazer meandros:
- Eu sou digerível, não posso ter preconceitos!
Eu serei espectro!
Serei lama;
Não tenho esse direito!
Bem forte bradar ainda:
- Preconceito, vai embora;
Não me dá tanta fama!
De colarinho e gravata, que me adianta?
Um dia serei lama...
Lama, somente lama!
E não tendo prenúncio,
Serei impelido por algoz que não conheço;
Com o pretexto de que alguém exigindo minha presença
Chamando-me, recama!
Dia esse que não sou digno de saber quando;
E, todos me hão, de renunciar:
Minha celebridade,
Meu dinheiro,
Os que a mim tinham amizade...
Tu, preconceito...
Tu serás o primeiro!
E, sob a lousa por companheiros
Terei os vermes, meus aniquiladores,
E, como batalhões de guerra,
Surdindo milhões e milhões,
São os devoradores.
Meu corpo transformado em campo de batalha
Todos são competidores,
Não tendo nenhuma falha,
Nós somos os vencidos
Eles preconceitos,
Eles, é que são os vencedores!...