Panis et Circenses - Orestes Benedictis

O pai, de fábulas lhe alimenta.

Tira-lhe a perspectiva de riqueza,

Dá-lhe o pão como almoço e sobremesa,

E pra lhe refrescar, a pimenta.

O pão é pouco e aqui não há multiplicação,

A perspectiva de toda população

Se resume ao espetáculo dentro da lona e do aço,

Onde o papel principal é do cidadão, o Grande Palhaço.

Da mulher ao homem, do idoso ao menino,

Todos se alimentam de fome, ilusão,

todos se revoltam com a situação

Mas a permitem em prol da Festa do Divino.

Então o pai, grande carrasco, Vilão,

Oferta-lhes o mais famoso Sertanejo

Realizando assim, de todos, o desejo

O circo, o espetáculo... são palhaços chamados população.

"Poesia dedicada à minha cidade natal, Poções/Bahia, a qual tanto amo e tanto me faz sofrer pela forma como é defasada a cada ano por uma pequena corja de "manipuladores da miséria" em pequenas ilhas de prosperidade enquanto a maioria sucumbe no mar da pobreza, sinto muito por esta situação e espero poder um dia voltar à minha origem e dar minha contribuição para o fim dela. A partir da conscientização das pessoas poderemos acabar com esta alienação aplicada desde a época da Colônia. Um abraço a todos os meus conterrâneos, e que cada um consciente da realidade ajude a conscientizar aquele que está cego pela venda implantada desde o nascedouro, abri os olhos pois verás que existe uma luz lá no fim deste túnel de esgoto em que te prendeste."

Orestes Benedictis
Enviado por Orestes Benedictis em 01/03/2012
Reeditado em 02/04/2013
Código do texto: T3529103
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