Panis et Circenses - Orestes Benedictis
O pai, de fábulas lhe alimenta.
Tira-lhe a perspectiva de riqueza,
Dá-lhe o pão como almoço e sobremesa,
E pra lhe refrescar, a pimenta.
O pão é pouco e aqui não há multiplicação,
A perspectiva de toda população
Se resume ao espetáculo dentro da lona e do aço,
Onde o papel principal é do cidadão, o Grande Palhaço.
Da mulher ao homem, do idoso ao menino,
Todos se alimentam de fome, ilusão,
todos se revoltam com a situação
Mas a permitem em prol da Festa do Divino.
Então o pai, grande carrasco, Vilão,
Oferta-lhes o mais famoso Sertanejo
Realizando assim, de todos, o desejo
O circo, o espetáculo... são palhaços chamados população.
"Poesia dedicada à minha cidade natal, Poções/Bahia, a qual tanto amo e tanto me faz sofrer pela forma como é defasada a cada ano por uma pequena corja de "manipuladores da miséria" em pequenas ilhas de prosperidade enquanto a maioria sucumbe no mar da pobreza, sinto muito por esta situação e espero poder um dia voltar à minha origem e dar minha contribuição para o fim dela. A partir da conscientização das pessoas poderemos acabar com esta alienação aplicada desde a época da Colônia. Um abraço a todos os meus conterrâneos, e que cada um consciente da realidade ajude a conscientizar aquele que está cego pela venda implantada desde o nascedouro, abri os olhos pois verás que existe uma luz lá no fim deste túnel de esgoto em que te prendeste."