COTIDIANOS

O azul claro toma o céu. A manhã se anuncia!

Alvas nuvens brincam em seu espaço...

Correm... Em formas variadas rodopiam!

Enquanto aquela imensa bola doirada

Enche de luz e calor, o raiar do novo dia!

E o galo canta um sonoro co-co-ri-có

Galinhas ciscam o terreiro...

Porcos chafurdam na lama.

A vaca sendo preparada pelo fazendeiro

O bolo exalando seu cheiro no forno!

Em outro lado, na cidade

O ruidoso barulho do despertador!

A mão nervosa batendo nele

Indica o stress do trabalhador!

Um parco café amanhecido

Será o calço de seu estômago.

Aqui o tempo não pode ser perdido

A viagem até o trabalho é longa!

As crianças fazendo barulho, num corre-corre infernal

Já estão prontas para a escola, elas ouvem o sinal!

A professora de mau humor anuncia uma avaliação...

Essa prova amedronta, acelera seus corações!

Em outro lado do planeta

Num País bem distante

Não há diferença alguma

Entre o dia e a noite!

Eles estão em guerra!

Sempre. Diariamente lutando.

Homens, mulheres e crianças

Querem é continuar acordando!

Mas acordar para que

Se a realidade é tão dura?

Para presenciar outro massacre?

Ou somente continuar a luta?

Qual o sentido afinal de toda essa balburdia?

Viver é sorte? É real? Ou somente uma conduta?

Um modo de ver a vida ou se posicionar nessa luta?

Estar ou não num lugar, escolher ou não o destino!

Mas o destino existe ou é só uma nomenclatura?

Que damos para nos satisfazer ou entender o mundo

As decisões sociais, geográficas ou políticas?

O que interessa é a análise ou a nossa conduta?

Para ter paz de espírito é preciso acabar com a luta

Inclusive a que travamos no nosso próprio espírito!

Não importa se é governo, País, cidade ou clima

A vida é linda demais para não a levarmos com alegria!

E se o sofrimento do mundo de alguma maneira te priva

Faça a sua parte, envolva-se na luta

A melhoria do planeta pode estar em nossas mãos

Cabe a cada um de nós abraçarmos a missão!

Chega de crianças sem escola, desnutridas,

Exploradas pelo sexo, abandonadas, mutiladas...

Usadas como capacho da nossa incapacitação!

Elas são o futuro de toda e qualquer nação!

É isso que continuaremos a plantar?

A discórdia, as diferenças, a flagelação?

A colheita já está se fazendo farta...

Estamos à mercê do crime organizado

E vivemos todos numa mesma prisão!

E o homem movido pela ganância,

Altera toda a estrutura do planeta

Ar, clima, curso de rios, corredeiras!

Polui, envenena, bombardeia...

E a resposta vem sempre a galope...

Inundações, tempestades, tsunamis...

Seguidas ou não de seca profunda...

Provoca incêndios, destrói matas

Afundando-nos nessa catacumba!

O planeta pede socorro

A vida parece que nos guia

Salvar a própria pele

É salvar toda e qualquer vida!

Santo André, 19.01.07 – 14h42min