Mar de sociedade
Oh mar! Como és mutável!
Suas águas já foram lágrimas,
agora são do álcool inevitável.
Antes de começar, veja bem,
são por meus olhos que veem
e teus olhos que leem
que verás a minha possível contradição.
Concordo que tenho olhos,
de velho, de emoção,
e posso ver tudo isso sem ter noção.
Mas meus olhos, apáticos sempre,
deleitam o mar, a tempo em fúria,
e agora na maior de suas (ressacas).
Para que ver o bem, ou o mal,
se o que importa é o amor carnal?
Não se sente mais nada, virou fantoche,
para conseguir o desejo que desabroche.
Também não sou perfeito,
sou velho e mal feito,
mas ás vezes não entendo
alguns dos lamentos que ouço.
São obras do seu andamento
e alvo do meu julgamento.