CRIANÇAS QUE MATAM
Que coisa louca esta coisa de cola
Colada na boca
Colabada no nariz
Que coisa mais feia
Essa criança adultizada
Levantando esta bandeira
De água mineral azulada
Como oxigênio de enxofre
Que a fome enjeita
Que entontece a razão
Que entorta a alma prisão
Esta ladra do cheiro
Calota de sapateiro
Travesseiro da ilusão
Que coisa mais feia
É a gente fingir que não viu
Este desfile de açougueiros
Que matam a inocência
Que de putas pariu...
Mais pedante que a venda
Daquele que repassa e revende
A pólvora ao inocente menino
Que na madrugada da fome
Permanece no frio curtindo seu abominável caminho
E quando cresce se encurta o pavio
E para sustentar seu vicio
Vira zumbi movido a pó sem leite ninho
Se arrasta e nada conhece
Se não a droga no cio
A nata apodrece
É molambo mais com arma se sente Rambo
Que mundo é este em que a prece desanda
Que nos aprisionamos por fora
Crianças se preparando sem ciranda
Para cumprirem a dor de outrora se auto incineram
Perderam a essência perderam o que nunca tiveram
A truculência tomou seu cérebro
Ele é o que aprendeu
Matar pato e galinha é matar apenas isso
Matar é matar e ignoram o que seja vida ou
Qualquer outra coisa que seja bondade nele morreu
Foram vítimas e se viraram como puderam
Para sobreviver, olhe nos sinais!
Quantos molambos e fechamos os vidros
Sujos que querem limpar seus reflexos
Seus complexos seus nexos
Nada pode mudar
Mais eles mudam e crescem
Quais fermentos sem cultura
A droga é sua sepultura
Matar faz parte de sua levedura
Sua criatura se animalizou
Com outros seres vizinhos
O mal é cheio de inquilinos
Não podemos fazê-los mudar à força do bem
Nem sabem o que possa se chamar assim
Agora é tarde eles já sabem se virar sozinhos
Como parasitas no xaxim...