Jesus dos Aflitos

Riscos de luz cortam as nuvens como lâmina,

Malina lâmina que ceifa a vida no Sertão,

Terra nordestina.

A Catedral nordestina de minha oração

Se unge do Sol da redenção

Toda cristalina.

E o sino canta no Domingo:

"Pobre Aflitos, pobre Aflitos!"

O Sol no alto, pesado como obra de poesia.

Cada seta de luz é uma letragonia

Que espreme a Razão como fruta.

A Catedral nordestina de minha oração

Pressentiu o horror da corrupção

E agora enfrenta uma disputa.

E o sino clama no Domingo:

"Pobre Aflitos, pobre Aflitos!"

Por entre o azul e o laranja,

A tarde perde a esperança

e a Lua teima em se mostrar.

A Catedral nordestina de minha oração

Perdeu sua reputação

E agora está a chorar.

E o sino chora no Domingo:

"Pobre Aflitos, pobre Aflitos!"

O ceticismo agora prevalece: é temporal!

O que antes era motivo cultural

Agora é alvo da Ousadia.

A Catedral nordestina de minha oração

Perdeu a sua motivação,

Pois a Razão se tornou alegria.

Não há mais sino no Domingo:

"Estamos aflitos, estamos aflitos!"

Breno Leal
Enviado por Breno Leal em 14/02/2012
Reeditado em 12/05/2012
Código do texto: T3498093
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.