Empobrecidos a Crédito
Compre muito e pague pouco,
Colabore com a mídia e seja louco,
Preencha seu vazio com muita calma,
Cale todos os gritos da sua alma,
Olhe pra fora e adquira o que quiser,
Olhe pra dentro e veja se puder,
O ter consentido e sem voz,
O ser sem sentido e sem nós,
A era do prazer desvairado,
O dia-a-dia do fardo pesado,
Sem tempo pra vida sem tempo pra nada,
Com fome de tudo que sacie a manada,
Há quem acredite que a escravidão acabou,
Há quem duvide que a felicidade chegou,
Mas os homens clamam por progresso,
As mulheres se expõem pelo sucesso,
Os interesses encurtam a nossa infância,
A velhice chega ao ápice da ignorância,
Na verdade não sou pessimista,
Sou mais um nessa cidade,
Sou mais uma necessidade,
Sei que não é por maldade,
É somente vaidade.