Filho enjeitado da sociedade
Sou menino pobre
Dizem favelado
Outros me ofendem
Chamam-me maltrapilho
Filho de bandido
E de mulher vadia
Mas não sou nada disso
E vou mostrar a eles
Que eu sou “O cara”
Não vou mais ter fome
Não vai mais me ofender
Vou virar um Band
Mas band de respeito
Ai eu quero ver
Eles me desrespeitarem
Vão e implorar para eu cumprimentar
Só tem uns tios
Que eu tenho conceito
Por que me respeitam
Mas enquanto isso
Eu vou catando lixo
Vou catando lata
Para matar a fome
Mas cuidado homem
Porque meu amanhã
Você que escreveu
Já não vai mais ler...
Silvia Fedorowicz