OBAMA e MEUS TEMPOS
OBAMA
Deus o ajude!
Seu discurso é ambíguo;
porque ser negro ainda é ambigüidade:
servir-se do sistema para vencer
servir o sistema para padecer.
Discursa para agradar gregos e troianos.
Discursa para incutir fé e esperança.
Não nos enganemos
Não é nada fácil ser presidente negro.
Ele sabe que não é super-homem.
E a decadência da potencia
Ainda esconde a prepotência.
O processo foi desencadeado e
Os estilhaços da crise vai nos atingir.
Porque somos ocidentais
E os orientais estão de olho em nós.
Abaixo o capitalismo
E nem aceitamos os fundamentalismos mútuos.
O sistema é duro demais,
Nos mata a cada curva da história
Concentrando dinheiro e poder na mão de poucos.
E o homem fica à margem;
Ainda não sabemos como ficará o centro.
MEUS TEMPOS
Sinto-me oprimido,
Não sou omisso.
Frente questões de meu tempo,
Ainda sabemos tão pouco –
a teoria não resolveu ainda a prática.
As culturas ainda
Vivem tantos paradoxos insustentáveis.
A fome grita em todo planeta.
A natureza humilhada reage violenta
E sua revanche tem proporções esmagadoras.
Os crimes de guerra
Que vergonha
Continuam por todo lado.
Civis e pobres sofrem conseqüências.
Tudo isso me faz pensar e chorar.
Até quando, meu Deus!?
Os juizes e políticos em conluio.
Invertem o jogo do poder com facilidade
Os pequenos vão ao tribunal.
Os ricos e injustos são liberados.
Tanta demagogia deslavada,
Mentem deslavadamente bem.
Sinto-me oprimido,
Vendo e vivendo nesses tempos.
Querem que nos sintamos
Inoperantes,
Impotentes,
Conformados,
Anestesiados com o mal – normal.
Vai meu protesto
E minha atitude a cada dia
Com o trabalho honesto e a favor dos pequenos.
Justiça não declina com corrupção.
Fome não rima com democracia.
E democracia não pode mascarar a tirania.