Santo do pau oco


Como sou, eu me aceito,
Não sendo nada perfeito,
Mas na forma que devo ser...
Não sou padrão de beleza,
Sem título de nobreza,
Porém eu sou o que eu sou...
Se outros não me aceitam,
Me descartam, me rejeitam,
Por ser do modo que eu sou,
Esse não é meu problema,
Não farei disso, dilema,
Continuo sendo o que sou...
Minha forma imperfeita,
Nem sempre certa, direita,
É a que melhor me cabe...
Por isso eu aconselho,
Não meta o seu bedelho,
Pra dizer o que não sabe...
Se os outros são como são,
Modelos da imperfeição,
Qual santo queres que seja?
Não sou santo de pau oco,
E vivo nesse sufoco
Que nem sempre se deseja...
Mesmo assim, imperfeito,
Pretendo ser mais direito
Que aquilo que possa ser...
E dentro da imperfeição,
Quero a perfeita ação,
Para poder melhor viver.