OS PEQUENOS DAS RUAS

OS PEQUENOS DAS RUAS

(Ou Não nos preocupemos!?)

Os pequenos das ruas

Dos sinais, dos morros

Dos cantos, das armas...

Eles têm que saber

Que não podem sonhar

Que não podem ter

Que não podem comer

O que vêem na tv.

Eles não deveriam estar aqui

Eles não deveriam existir

Eles nem nos incomodam

Eles despertam apenas piedade

Eles são apenas pedras no caminho de nossa indiferença

Eles são apenas palavras sem sentido em nossa filosofia

Quem os gerou são irresponsáveis

Drogados, marginais, criminosos e inconseqüentes!

Que os outros sejam, por eles, responsáveis

Não são problemas nossos

Não nos preocupemos!

Eles têm destino definido:

Drogados, marginais, criminosos e inconseqüentes!

Eles morrerão antes de viver

Antes, matarão os outros

Antes, seqüestrarão os outros

Antes, estuprarão os outros

Antes, roubarão os outros

Antes, incomodarão apenas os outros

Antes, violentar-se-ão.

Nada que nos incomode

Que preocupem os outros!

Que se preocupem os outros!

Não nos incomodarão!

Amanhã, tudo será como é hoje e foi ontem... (???}

Não nos preocupemos!

Não?

Leopoldina, MG, 18 de setembro de 2001.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 15/01/2007
Reeditado em 08/09/2008
Código do texto: T347525