Até Quando?
Conheço bem esse individualismo que me afronta
E não me nego a acreditar que venha de outro humano
Esse mundo tão cheio de contrastes claros
De vidas que se dividem e subdividem a todo instante
Esse individualismo que tanto nos impõe poder
Nos aprisiona nas grades das janelas de nossas casas
Por nossos medos de outros humanos violentos
Que pouco receberam ou tiveram mesma sorte
Nas ruas que caminhamos com tanta pressa
Pra chegar em algum lugar com uma desculpa pelo atraso
Enxergamos a tristeza e dor no rosto alheio
E fingimos que não estamos vendo pra nos poupar de sentir dor.
E pelo caminho nos acompanha a pena
E todos os outros sentimentos medíocres e passageiros
Ninguém mais se dispõe como em outrora acontecia
Até mesmo porque nossos braços não nos pertencem mais
Foi-se o tempo em que liberdade era sonho
E hoje é tão banal como estar contido dentro de casa
Essa sosciedade que nos toma até os punhos
Tão desigual e injusta com seus próprios viventes
É tudo tão visível.
Essa covardia que a maioria aceita
Onde um pisa sobre o outro sem pudor
Com seus direitos calados por um brado maior
É essa nossa geração recheada de cegos falsos
Esse é o tempo onde poucos lutam por mudanças
Esse é o tempo em que muitos pouco se importam
Vivemos nessa sociedade que nos obriga até sermos ignorantes
E então eu pergunto ao mundo: Até quando?