Ao menino mendigo
Ontem, hoje, sempre
pedindo na rua
Olho os sobressalentes ossos
desenhados pela miséria
Pequenos deserdados de
afundidos olhos
percorrem todo dia
uma multidão de frias olhadas
de transeuntes
com pressa
Dói ver tantas infâncias
rotas
tristes
aqui, além
nos gelados solos
duma rua qualquer
Dói pensar que o mundo
não muda
Curiosamente: os pobres seguem
tão pobres
O pão escasso. E os países?
ah, os países!
ARMADOS
armados até os dentes