Das cinzas do meu cigarro, à decência da nação

De um lado vejo revolucionários,

tão perdidos quanto destros insistindo

em escrever com a mão esquerda.

E do outro lado vejo conservadores,

tão tortos quanto canhotos tentando

escrever com a mão direita.

Afinal, é o social quem faz o político,

ou é o político quem faz o social?

Marx diria: ‘a política aliena!’

Já Montesquieu: ‘o povo precisa da virtude política!’

Argumentaria Rousseau: ‘a sociedade corrompe o homem!’

Mas Che já disse: ‘VIVA LA REVOLUCIÓN!’

Mas eu digo,

se minhas palavras valem de algo,

que precisamos de novos autores,

novos políticos,

novas ideias e

um pouco mais de caráter.

A verdade é que a sociedade,

este purgatório de erros jamais saldados,

perdeu a sua esperança

junto com a sua única salvação:

a moral.

Agora vejo meu cigarro queimar,

e vejo suas cinzar caírem pelo chão,

da mesma forma como vejo cair

a decência dos cidadãos,

que esperam, sentados, uma revolução.

Doravante,

reservo esta última estrofe

à metalinguística inútil destes

últimos seis versos que,

caso sejam lidos,

dificilmente serão compreendidos.

Jack Lorente
Enviado por Jack Lorente em 24/01/2012
Código do texto: T3459282
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