Último Índio

"GUERREIRO."

Jorge Linhaça

Tantas luas se passaram

Tupã brilhou no céu muitas vezes

Jaci, a dona da noite escureceu

as estrelas cairam do céu

os curumins desconhecem o passado.

A tradição se perde na névoa branca.

Nossa língua é uma sombra...

Nossa terra se encolhe a cada dia.

Sou guerreiro, mas como lutar?

O inimigo não se pinta pra batalha...

chega, agrada, promete...esquece!

Somos uma nação de esquecidos!

Meus irmãos vendem artesanato comprado nas lojas de atacado.

nossos costumes se perdem...

Nossos rituais são atrações turísticas...

apenas isso.

Sobreviver sem viver!

Quarup de um povo!

Requiém de uma raça.