TEMPLÁRIOS MODERNOS

Entrelaçadas, todas as histórias,

Têm seu principio, têm seu meio, têm seu fim.

Da semente vem o ápice e as inglórias

Com a recompensa que merece o afim.

Se duradouras, se rápida glórias,

Pro ego coletivo serve o trampolim,

Mas nunca, dos princípios fugirá

E um dia, tudo – nunca é eterno – acabará!

Quão o enigma da mesa, da Santa ceia

Afirma as entrelinhas: – há uma mulher

Sem esclarecer nada dessa teia

Fica a mercê de interpretação qual quer

E o “profeta” proselitista anseia,

Pregando que: – seja como o Pai quiser.

Não afirma: – é Madalena, nem desmente.

Tem conhecer parco e não discernente.

Vem Moazim nas primeiras horas do dia,

Chamar os fiéis do alto do minarete

Para a prece da manhã que se fazia

E convocar o mulçumano – urgente –

De Damasco, Sarajevo, de Antioquia,

Para que lutem todos contra o Ocidente.

E não importa onde o mulçumano está.

Nada mais resta a não ser pregar jihad!

Também do outro lado, toda a confraria,

É convocada com a maior urgência.

O Bush vem e vem com sua companhia

Trazendo ogivas com a intransigência;

Massificando no apogeu da morte fria,

Suja-se em suciata e na incongruência.

Pensando que tem do vencedor o dom

Apresenta pra todos, o Armagedon!

E os dois lados armados fortemente

Num confronto, no deserto ou serrania,

Qual pra seus parias, tornam-se descentes

Propagadores da paz. Oh! Que ironia!

Suas insanas proteções de inocentes

Faz-se cumprir plenamente a profecia.

Dignos proxenetas da violência,

Mortes levam aos lares sem decência!

Acontece a luta no grande espaço,

Mísseis anti-rastreadores certeiros

Ruína tudo, ficam resto e estilhaço,

Morrendo o homem – causador – primeiro.

E aquele tão – inferno que derrete o aço

Extingue do mesmo modo o viveiro.

Ao emulo não da o luxo da mortalha

É o armagedon concreto essa batalha!

Tudo devasta, é, pois, rápida a luta,

No caos sobram fumos divisionários

E cogumelos em mais colunatas.

Sem ditador, sem bravos mandatários,

A não existência é agora. Será impoluta?

Não terá partilhas e nem inventários!

Esses templários sectários modernos

Nunca serão jamais, jamais eternos!

Zé Salvador
Enviado por Zé Salvador em 12/01/2007
Código do texto: T344208
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.