MOTIM
Há uma revolta que trago
guardada no peito
contra os procedimentos que esmago
sem voto ou pleito
Há uma fúria ferina
uma violência selvagem
de mijar minha urina
sobre toda a lavagem
Há o inconformismo que carrego
como um fardo pesado nas costas,
ás vezes ao pessimismo congrego
e viajo sem rumos ou rotas
Existem as regras das ruas
sem serem faladas
Abrasadoras lições brotam cruas
e não são explicadas
Há a necessidade da revolta
a busca do imprevisível
então me levo a dar uma volta
até onde a barafunda é inaudível
Há uma folha em branco que transmuto
com palavras que cuidadosamente penero
passa a existir a poesia num universo resoluto
de sonhos, rock´n roll, conhaque e esmero
Existem as palavras que encontro
afinal escrevo e pronto;
aí está a revolta que transformo em letras
para comer bocetas
e humilhar os caretas
Morpheus