Burocratópolis

Os burocratas – em excessiva formalidade – se repartem

em papéis, canetas

em ternos, protocolos. E não quero.

Por entre janelas, os olhos tristes e as ruas

e as pessoas e o tumulto; um quase-silêncio.

Por entre papéis, as decisões e os carimbos

E entre carimbos, as misérias e os tapas.

Repartições, autarquias, clips, colchetes, gravatas, doutores, doutoras;

Palavras inúteis.

Para além, os campos – em liberdade – se repartem

em flores, rios

em pessoas, pássaros.

Mas eles não querem os pássaros.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 06/01/2012
Código do texto: T3426090
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