Burocratópolis
Os burocratas – em excessiva formalidade – se repartem
em papéis, canetas
em ternos, protocolos. E não quero.
Por entre janelas, os olhos tristes e as ruas
e as pessoas e o tumulto; um quase-silêncio.
Por entre papéis, as decisões e os carimbos
E entre carimbos, as misérias e os tapas.
Repartições, autarquias, clips, colchetes, gravatas, doutores, doutoras;
Palavras inúteis.
Para além, os campos – em liberdade – se repartem
em flores, rios
em pessoas, pássaros.
Mas eles não querem os pássaros.