"SÚPLICA AO deus BRANCO" OU O ABSURDO DO RACISMO
Óh! deus branco, deus dos brancos!
Se não houver mais negros o que será de nós os brancos?
O que iremos fazer?
Como iremos sastifazer o ego do nosso racismo embutido?
A quem iremos chamar de negrinho, de crioulo,
de grafite, de picolé de asfalto, de quichute?
A quem iremos chamar de escória da humanidade,
De subproduto?
De semente que não dá fruto?
Óh! deus branco, deus dos brancos!
Se não houver mais negros nesse País,
O que iremos fazer?
Como iremos rejeitá-los, se os tais não mais existirem?
A quem olharemos com o absurdo do desdém,
Como se fossem a décima terceira pessoa depois de ninguém?
A quem recusaremos abraçar; sequer pegar nas mãos?
Não que sejamos mesquinhos deus branco;
É que não é fácil suportar o cheiro forte,
O suor ardido.
Óh! deus branco, deus dos brancos!
Se não houver mais negros para cuidar do nosso bem estar,
Do nosso lazer, do nosso bel prazer...
O que nós os brancos, tão brancos como tu,
Iremos entao fazer?
Quem irá lavrar dia após dia os campos?
Quem irá trabalhar sol a sol nas constuções?
Quem irá nos prestar servivços e nos chamar de patrões?
Quem irá apanhar da polícia e hospedar nas prisões?
Quem irá bater os tambores e alegrar nossa festa?
(Para isso o negro presta).
É por isso e por muito mais óh deus branco como a neve!
Que humildemente te suplicamos;
Entenda a nossa situação,
Pemita que sempre hajam negros,
É para o bem de todos os brancos,
Dos brancos que são de fato humanos,
É para o equilíbrio da alva nação.
Faça isso, óh deus branco! e terás a nossa eterna gratidão.