Prisão imaginária
Trago nas mãos o beijo tácito.
Rasgo com os dentes o amor explícito egoísta.
Caminho como quem vaga em um labirinto, pois
não entendo bem os porquês de tanta crueldade.
Quem sabe busque a felicidade em um bosque verdejante,
ou no conforto do meu lar, ou no luar.
Mas a verdade é que na vida há mais siso que riso,
há mais desventuras do que venturas.
E vejo a imagem, bela tela viva, querendo transformar-se.
Entretanto sua moldura imaginária não permitirá a transfiguração
necessária à evolução do ser.
E enfim, o amor esperado será mais uma vez renegado
por quem tanto precisa crescer (por nós mesmos).