Esperança
De quando em quando, o mundo é assombroso – ou sempre
Enquanto nos fingimos saltimbancos, os mercadores – conheço-os um por um – nos fazem escravos; é troca equivalente – pedaço de carne, trabalho, por algum papel;
qualquer papel e algo a mais – ou a menos; a pouca dignidade que resta se esvai.
Conflito quietamente omitido; as graves, as manifestações.
E os mercadores escolhem os crimes – porque escolhem as pessoas.
É um sentimento pesado; é fome, é morte, é medo.
No derradeiro momento, as ruas inundadas de pessoas, de gente – para além de números em qualquer planilha – atacarão os verdadeiros crimes; os sistêmicos: o imperialismo, a exploração, o preconceito.
É esperança e não espera; é amanhã.