Esperança

De quando em quando, o mundo é assombroso – ou sempre

Enquanto nos fingimos saltimbancos, os mercadores – conheço-os um por um – nos fazem escravos; é troca equivalente – pedaço de carne, trabalho, por algum papel;

qualquer papel e algo a mais – ou a menos; a pouca dignidade que resta se esvai.

Conflito quietamente omitido; as graves, as manifestações.

E os mercadores escolhem os crimes – porque escolhem as pessoas.

É um sentimento pesado; é fome, é morte, é medo.

No derradeiro momento, as ruas inundadas de pessoas, de gente – para além de números em qualquer planilha – atacarão os verdadeiros crimes; os sistêmicos: o imperialismo, a exploração, o preconceito.

É esperança e não espera; é amanhã.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 30/12/2011
Código do texto: T3413819
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