"O SILÊNCIO DOS INOCENTES"
Um quadro triste e belo
o dessas mulheres
sem rosto
sem nome
carne e sangue
construindo o mundo
passarelas para os pés
de damas e cavalheiros
na Europa
nas Américas
através da História
Privilégios retratados
nos quadros a óleo
nos livros
nos registros oficiais
com seus nomes e brasões
emblemas, protocolos
condecorados de toda sorte
E ainda e sempre
o mesmo teatro armado
para a velha peça
agora versão tecnicolor
da barbárie
com traje a rigor
E sob os escombros
os sinais de mãos anônimas
flores viçosas
jovens malhando
no calor da forja da servidão
Multidões de rostos
para a bem aventurança
de poucos
mulheres gerando filhos
filhos dos filhos
a girar a roda
do moinho
de olhos baixos
e sorrisos poucos
a remendar os rombos
das almas trituradas
Mulheres de regaço fértil
e vontades submissas
Lavai os pecados do mundo
nas fontes do vosso suor!
Filhos dos filhos
dos filhos do acaso
e da má sorte
entulho da civilização
lastro de toda opulência
o vosso mudo protesto
"pixado" nos muros
subvertendo a ordem...
E todos que tombaram
simbólico sangue
que lava as escadarias
e seca ao sol dos séculos.
Rogai por nós!
Um quadro triste e belo
o dessas mulheres
sem rosto
sem nome
carne e sangue
construindo o mundo
passarelas para os pés
de damas e cavalheiros
na Europa
nas Américas
através da História
Privilégios retratados
nos quadros a óleo
nos livros
nos registros oficiais
com seus nomes e brasões
emblemas, protocolos
condecorados de toda sorte
E ainda e sempre
o mesmo teatro armado
para a velha peça
agora versão tecnicolor
da barbárie
com traje a rigor
E sob os escombros
os sinais de mãos anônimas
flores viçosas
jovens malhando
no calor da forja da servidão
Multidões de rostos
para a bem aventurança
de poucos
mulheres gerando filhos
filhos dos filhos
a girar a roda
do moinho
de olhos baixos
e sorrisos poucos
a remendar os rombos
das almas trituradas
Mulheres de regaço fértil
e vontades submissas
Lavai os pecados do mundo
nas fontes do vosso suor!
Filhos dos filhos
dos filhos do acaso
e da má sorte
entulho da civilização
lastro de toda opulência
o vosso mudo protesto
"pixado" nos muros
subvertendo a ordem...
E todos que tombaram
simbólico sangue
que lava as escadarias
e seca ao sol dos séculos.
Rogai por nós!