OS RATOS
OS RATOS
É muito carro na rua cheia de lama,
Perdidos no asfalto, o sofá e a cama.
Uma voz ao longe que clama,
Logo se apaga a fraca chama.
È noite, a lua no céu se derrama,
Seu manto pálido se esparrama,
Revelando corpos envoltos na trama,
E a vida segue ninguém reclama.
Até a queda da chuva fatal.
Restaram lágrimas e o gosto de sal.
Morreu a esperança do Natal.
Alguns corações ainda anseiam,
Alheios, milhões de ratos passeiam,
Favorecidos pelo terrível drama.