ARTE NA TELA

Ocre, sombra queimada, verde inglês,

coloquem na paleta de vocês.

Na tela surge um casarão de cor escura

descrevendo o inverno europeu.

No meio surge uma silhueta elegante

de guarda-chuva passeando pelas ruas alagadas:

É um corre-corre entre o ponto de fuga,

a assimetria, e a junção das cores.

Papel pelo chão, tinta borrada nas mãos.

O silêncio cortado pela entrada do Berthier.

No fundo da sala, Sonia, a poetisa da turma, pinta

cautelosamente, segue o ritmo o Erivaldo.

Seu Júlio sempre simpático a sorrir.

Gaúcho, o senhor das telas colore.

Nira, Keita, Tinoco, Benedita, Lourdes,

Suely, Elizier, Joelma, seu Luiz, se destacam.

Quinha observa.

Enquanto isso, Nivandro esbanja tranquilidade

ao falar de suas formas geométricas.

Um momento de descontração é invadido pelas

gargalhadas, da Lúcia por conta das garrafadas da Vanja.

Turma agradável, um bom relacionamento nasceu.

Mas de repente ecoa na sala aquela expressão:

Ok, pessoal!

É o Edu. Antes de tudo um amigo.

O nosso mestre, rapaz jovem de boa índole,

capacidade esmerada nas artes.

Era tudo que eu queria ser, nem que fosse

um trisco belisco.

É assim que passamos as noites de sexta-feira,

nas aulas do SESC, ao som do chorinho.

Quinha Falcão

Poema que fiz para a confraternização da turma de

pintura em tela. Professor Edu.