POESIA REALISTA ROMÂNTICA CONCRETISTA
POESIA REALISTA ROMÂNTICA CONCRETISTA
Simultâneamente
Pode em sua percepção
Ser o poeta
Realista romântico concretista?
Estar ébrio e ávido sem estar bêbado?
Ser mágico e clássico embora quântico?
Ser rústico ou áulico sem ser ímpio?
Ouvir cânticos, beber dos cálices sem ser cínico?
Sim, ser cálido e tácito sem ser cômico
Gozar das dádivas sem dúvida ou dívida
E não ver no júbilo fálico apenas o físico
Não estar bélico, ser ético e épico
Não gostar do hálito gélido do óbito
Ter por hábito, o método e o máximo
Não o mórbido, o típico ou o símbolo
Ter ótica prática e límpida
Amar a lágrima, a música e a réplica
Fugir do débito, da cólera e do mérito
E desejar o líquido, o fúlgido e o ápice
Compreender o náufrago, o tímido e o trôpego
E não ser vítima, nem ácido e nem último
No púlpito, ser príncipe e público
Não um rábula pérfido e ríspido
Ser lúcido, lídimo e sólido
Não sádico, técnico e mínimo
Ao assumir de súbito, uma tônica ou outra tática,
É preciso ser único, vívido e lépido
Ter crédito, ser híbrido e plácido
E assim, não néscio, não kármico e nem céptico
Ser lúdico, lírico e cândido
Porque se o universo é lógico
As mulheres e a vida são cúmplices
Do amor, que é pródigo!
Leopoldina, MG, 11 de julho de 2001.